f a flor com espinhos: Porque você precisa assistir Morangos Silvestres

25 fevereiro 2017

Porque você precisa assistir Morangos Silvestres

Há um lado magnífico da indústria cinematográfica pouco explorada pelos grandes prêmios do cinema e esquecida devido à passividade da sociedade contemporânea em absorver as produções Hollywoodianas. Dentre diversos exemplos, o filme sueco Morangos Silvestres (1957), escrito e dirigido por Ingmar Bergman, pode ser definido como um trabalho de percepção da vida de um homem através de sua mente. 


O filme Morangos Silvestres é indispensável em uma lista de filmes clássicos porque ele nos instiga à reflexão, simplesmente. Quando escolhemos não enfrentar nossas inquietudes internas e aceitar nossos próprios erros, as próprias circunstâncias da vida humana responsabilizam-se por este trabalho. Este é certamente o caso de Isak Borg Victor Sjöström ), um professor de medicina solitário que dirige com a sua nora Marianne ( Ingrid Thulin ) até Lund devido aos seus cinquenta anos de carreira. No caminho, ele relembra a sua juventude, a vida conturbada que teve com sua esposa e conhece diversas pessoas, dentre elas, um grupo de dois rapazes e uma garota que o faz lembrar-se de uma antiga paixão, além de um casal que o remete às lembranças de seu próprio casamento. 

Além do cenário, da fotografia em preto, do sueco bonito, dos atores que eram "figurinhas carimbadas" em outras produções de Bergman e das lembranças de Isak, que fizeram jus ao seu temor pela morte que se aproximava e remeteu às lembranças de "Um conto de Natal", o interessante do filme é justamente a forma como são empregados trechos incríveis de reflexões que merecem do cinéfilo o desejo de voltar determinadas partes apenas para poder relê-las muitas e muitas vezes. 




"Nossa relação com as pessoas consiste em discutir com elas e criticá-las. Foi isso que me afastou, por vontade própria, de toda minha vida social. Isso tornou minha velhice solitária. É possível que eu tenha ficado sentimental. Talvez estivesse cansado ou nostálgico, e me sentia um pouco triste. Foi então que percebi que pensava em coisas que estavam ligadas à minha infância. Não sei como isto aconteceu, mas a luz do dia clareou mais ainda as imagens das lembranças que passavam perante meus olhos com toda a força da realidade."  



"— Qual será a pena?
— Pena? A de sempre, creio.

 — A de sempre?

 — A solidão."

Devo admitir que os filmes de Bergman são em grande parte, depressivos. Não há outra palavra que defina melhor o sentimento que eles transmitem. Mas esta depressão é subjetiva e talvez dolorosa, pois ao contrário dos muitos filmes que nos fazem chorar, os filmes produzidos pelo cineasta nos fazem pensar. E pensar muitas vezes é bem mais dolorido do que debulhar-se em lágrimas!



Assista pelo Youtube ( legendado - português ):

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